AMER defende integração da igualdade de género nas políticas climáticas e NDCs em Moçambique

2 de setembro de 2025 por
AMER

A Associação Moçambicana de Energias Renováveis (AMER), representada pela sua Directora Executiva, Helena Macune, participou nos dias 21 e 22 de Agosto de 2025, em Maputo, no Seminário Consultivo para Apoiar a Integração das Considerações de Género nas Políticas Climáticas e Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) em Moçambique.

O encontro, organizado pela ONU Mulheres em coordenação com o Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas (MAAP), integrou-se no processo de revisão das NDCs 3.0, documento através do qual o Governo de Moçambique estabelece compromissos para reduzir emissões de gases com efeito de estufa e reforçar a adaptação às alterações climáticas.

Com a participação de cerca de 50 representantes do Governo, sector privado, organizações de defesa dos direitos das mulheres, pessoas com deficiência e activistas da acção climática, o seminário promoveu um espaço de diálogo inclusivo e participativo, centrado na construção de políticas climáticas sensíveis ao género.

Durante dois dias de trabalho, os participantes debateram questões-chave como a igualdade de género no documento NDC, políticas de transição ecológica em sectores estratégicos como, energia, agricultura, florestas, ecossistemas costeiros, transportes, resíduos sólidos, água e redução do risco de desastres naturais.

Entre os objectivos do encontro estiveram a identificação de oportunidades para aliar a igualdade de género à acção climática, o apoio aos decisores políticos na mobilização de financiamento para acções de género no processo NDC, e a elaboração de recomendações práticas para metas e intervenções mais inclusivas no quadro do NDC 3.0 de Moçambique.

Uma das sessões mais destacadas foi a mesa redonda sobre financiamento para a igualdade de género nas políticas climáticas e transição ecológica, que contou com a participação activa da AMER.

Na ocasião, a Directora Executiva da AMER, Helena Macune reforçou a necessidade de assegurar que os fluxos financeiros destinados à acção climática incluam uma perspectiva de género. Macune defendeu ainda que uma das estratégias fundamentais é a monitorização rigorosa e a análise de dados desagregados por género, permitindo avaliar o impacto e alcance das intervenções.

A representante alertou também para a importância de que o financiamento climático considere as necessidades específicas de grupos vulneráveis, incluindo idosos e pessoas com deficiência, garantindo que a transição ecológica seja justa e inclusiva.

Segundo a Directora Executiva da AMER, Helena Macune: “Esta iniciativa é de se saudar, pois estes grupos têm um enorme potencial para contribuir na acção climática. O sector de energia, em particular, tem procurado incluir cada vez mais mulheres e jovens, desde a definição das políticas até à execução dos projectos.”

O seminário constituiu uma plataforma estratégica de diálogo entre decisores políticos e defensores dos direitos das mulheres, sublinhando que a integração da perspetiva de género nas NDCs não é apenas uma questão de justiça social, mas também de eficácia na resposta climática.

Embora os progressos registados entre a primeira e a segunda ronda das NDCs sejam reconhecidos, persistem lacunas significativas. Por isso, este exercício consultivo é considerado essencial para que Moçambique alinhe as suas políticas climáticas com as melhores práticas internacionais em matéria de género e ação climática.

 

AMER

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