Em uma entrevista ao “Semanário Económico”, o Presidente da Associação Moçambicana das Energias Renováveis (AMER), Ricardo Pereira, avaliou os resultados da COP29, sublinhando avanços significativos no financiamento climático e no compromisso global com a transição energética.
Pereira enfatizou que a liderança de Moçambique na transição energética em África dependerá de propostas robustas, cooperação eficaz e da capacidade de transformar compromissos em resultados concretos. Ele destacou a operacionalização do fundo de perdas e danos, prometendo 600 milhões de dólares até 2035, como um mecanismo essencial para países que, como Moçambique, sofrem desproporcionalmente com os impactos climáticos.
O Presidente da AMER também falou sobre a evolução no mercado de carbono, especialmente a ampliação do Mecanismo de Ajuste de Carbono nas Fronteiras (CBAM) pela União Europeia. Apesar do aumento dos compromissos financeiros de 100 bilhões na COP28 para 300 bilhões na COP29, Pereira alertou que "ainda estamos a 10% ou 20% das reais necessidades globais".
Ele expressou a frustração dos países em desenvolvimento com o descompasso entre promessas e acções, ressaltando que "os países menos poluentes são os mais afectados, enquanto as nações desenvolvidas, que mais contribuíram para as emissões históricas, não cumprem plenamente os seus compromissos".
Olhando para o futuro, Pereira destacou a importância da COP30, que será realizada no Brasil, como um momento crucial para reforçar a justiça climática e exigir acções concretas dos países desenvolvidos. Ele também enfatizou a necessidade de Moçambique maximizar as oportunidades oferecidas por programas como o pacto de armazenamento energético e a Estratégia de Transição Energética Justa. "Precisamos utilizar o tempo até à COP30 para fazer pressão e demonstrar que estamos preparados para receber investimentos estratégicos" - concluiu.
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AMER
Juntos pela Energias Renováveis em Moçambique!