A crise energética no Zimbabué tem se agravado devido à seca prolongada, intensificada pelo fenómeno El Niño, que reduz drasticamente os níveis de água necessários para a produção hidroeléctrica. Além disso, a infraestrutura energética do país sofre com a idade avançada e a falta de manutenção, resultado da escassez de divisas para importar peças e equipamentos essenciais.
O impacto é sentido directamente pela população. Famílias e pequenas empresas enfrentam cortes constantes de energia, obrigando-se a recorrer a alternativas como lenha, gás liquefeito e geradores a diesel. Essas opções, além de onerosas, contribuem para o aumento das emissões de carbono e colocam pressão sobre os recursos naturais.
O sector empresarial também sofre prejuízos significativos, com muitos negócios a operar abaixo da capacidade ou até mesmo a encerrar actividades.
Neste cenário, Moçambique desempenha um papel crucial ao reforçar a exportação de energia para o país vizinho, ajudando a minimizar os efeitos da crise. A cooperação entre os dois países destaca a importância da integração regional no sector energético para garantir maior segurança e estabilidade na África Austral.
Apesar dos esforços do governo zimbabuano para diversificar a matriz energética, com investimentos em projectos solares e expansão da geração a carvão, desafios como burocracia, falta de financiamento e volatilidade cambial têm atrasado a implementação dessas iniciativas.
Especialistas alertam que, para evitar crises futuras, é essencial investir em infraestrutura de energias renováveis e em uma melhor gestão hídrica na região, que está entre as mais vulneráveis às mudanças climáticas.
Juntos pelas Energias Renováveis em Moçambique!