A Estratégia da EDM 2018–2028 determina que a Electricidade de Moçambique, E. P. (EDM) tem o desafio fulcral de desenvolvimento, que consiste em fornecer energia de qualidade e expandir a capacidade de Produção e Rede de Transporte de Electricidade, para satisfazer a crescente procura doméstica e regional.
Após a realização de um levantamento do potencial existente em Moçambique, elaborado no quadro da Política de Desenvolvimento de Energias Novas e Renováveis, confirmou-se haver, em todo o território nacional, uma radiação elevada e consistente, sendo o Sol a fonte de energia mais abundante no País, com o potencial renovável de 23 Tera–Watt (TW).
No actual contexto da Estratégia de Transição Energética do País, as Centrais de Energias Renováveis, nomeadamente, Solares e Eólicas, tornaram-se a nova aposta da EDM, por serem tecnologias limpas, soluções de menor custo e de rápida implementação, considerando a acessibilidade das tecnologias, a preocupação com a temática das mudanças climáticas e o compromisso com a redução de emissões de gases de efeito de estufa.
Com efeito, as Energias Renováveis têm-se mostrado determinantes para o alcance da meta do Acesso Universal à Energia, no âmbito do Programa Energia para Todos (ProEnergia), sobretudo, nas zonas rurais de Moçambique, onde predomina o uso de sistemas solares residenciais.
Com a aposta na diversificação da Matriz Energética, a EDM espera produzir, até 2030, cerca de 1000 Megawatts (MW) em Energias Renováveis, colocando-se na vanguarda da Transição Energética, em alinhamento aos pressupostos do Acordo de Paris, visando reduzir o aquecimento global.
Para tal, contamos com Centrais Solares Fotovoltaicas já em operação comercial, tais como a de Mocuba a 40MW, na Província da Zambézia, e Tetereane a 15MW, em Niassa, com um Sistema de Armazenamento de Energia em baterias de 7.5MWh. Além disso, estamos em processo de finalização das obras de construção da Central Solar de Metoro a 40MW, na Província de Cabo Delgado, e, neste contexto, decorrem os preparativos para o início das obras de construção da primeira Central Eólica do País, a ser instalada em Namaacha, na Província de Maputo, cuja capacidade é de 120MW.
Igualmente, o Governo de Moçambique está a implementar Concursos Públicos, como o de Leilão de Energias Renováveis (PROLER), GETFit – Global Energy Transfer Feed in Tariff” e IFC Scalling Wind, como parte de uma nova dinâmica da competitividade que resulta em tarifas sustentáveis para a EDM, como tomadora da energia, o que nos remete aos desafios de estruturação e regulamentação do mercado moçambicano, sendo, por isso, importante que o Sector Privado continue com o seu programa de inserção de Energias Renováveis, o qual deve merecer o apoio estratégico do Governo.
Assim, a EDM, enquanto parceiro estratégico e membro da Associação Moçambicana de Energias Renováveis (AMER), desde 2017, reitera o compromisso de continuar a promover as Energias Renováveis, numa altura em que o mundo regista progressos assinaláveis no processo de Transição Energética, através da substituição de combustíveis fósseis por energias limpas e renováveis, como parte dos esforços para a implementação das acções e planos resultantes da Estratégia de Transição Energética do País, lançada na COP28, com enfâse na Industrialização Verde e Energias Renováveis, incluindo o Hidrogénio Verde.
Contamos, pois, com o apoio da AMER na divulgação de todas as nossas iniciativas nesta matéria e na ligação ao Sector Privado, ajudando a atrair promotores e financiadores para a apresentação de projectos que visam optimizar a rica, diversa e abundante Matriz Energética nacional.
Portanto, o alcance deste desiderato só será possível se estivermos juntos e engajados por um mundo que valoriza as energias limpas e promove, activamente, a eficiência energética em alinhamento com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) promulgados pelas Nações Unidas.
Bem hajam!
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Autor: Eng.º Joaquim Henrique Ou-chim
Presidente do Conselho de Administração da EDM