O projecto “Girafa Solar” concebido e implementado pela Fundação Carlos Morgado visa apoiar moçambicanos nas mais recônditas zonas do país com o acesso à energia, através de sistemas solares.
Desde a primeira instalação da Girafa Solar, em 2020, na localidade de Mangunze, no Distrito de Chongoene, na Província de Gaza, a organização já replicou o projecto nos Distritos de Lichinga e Marrupa, em Niassa; no Distrito de Funhalouro, em Inhambane; e no Distrito de Metuge, em Cabo Delgado.
Segundo o Director Executivo da Fundação Carlos Morgado, Ruben Morgado, “a Girafa Solar é uma estrutura que suporta simultaneamente painéis fotovoltaicos e uma cobertura para criar um espaço comunitário, onde se podem carregar telemóveis, ouvir rádio e beneficiar de iluminação pública em zonas rurais”.
Ruben Morgado explica que a instalação deste projecto numa comunidade, leva, em média, um dia e meio, e tem um período de vida de até cinco anos ou mais. A projecção desta energia solar atinge, em média, cerca de cinco mil pessoas em cada comunidade, com cerca de 1200 celulares carregados por mês.
Este projecto surge como forma de responder ao alto índice de pobreza em zonas rurais. Antes de se beneficiarem da instalação do projecto, de acordo com a Fundação Carlos Morgado, cada moçambicano nessas zonas, precisava de 10 meticais diários para carregar um celular e com este equipamento, é possível que ele poupe cerca de 50 meticais semanais – acrescenta o director executivo.
Devido ao impacto do projecto no acesso à energia, a Girafa Solar foi recentemente exposta no Museu de Ciência, em Londres, numa nova galeria intitulada Energy Revolution: The Adani Green Energy Gallery.
Para a Fundação Carlos Morgado “é um orgulho poder levar de Moçambique além fronteiras um projecto aberto ao público gratuitamente que pode gerar e usar energia de forma mais sustentável para reduzir urgentemente as emissões de dióxido de carbono dos sistemas energéticos globais e limitar o impacto das mudanças climáticas”.
Em Moçambique, o protótipo da Girafa Solar foi financiado pela Embaixada da Irlanda em Moçambique e tem por objectivos ligar-se ao bem comunitário, o que de certa forma, cria um vínculo entre os membros das comunidades.
Num futuro próximo, a Fundação Carlos Morgado pretende instalar mais capacidade de geração de energia para focar ainda mais no uso productivo. A organização tem alinhadas novas instalações na Província de Cabo Delgado com intenção de apoiar nas dificuldades que aquela província do norte do país tem sofrido nos últimos anos.
AMER
Juntos pelas Energias Renováveis em Moçambique!